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Mesmo com a romaria proibida, perigo chega na Lapa clandestino
Domingo, 22 de Março de 2020

Cenário da segunda maior romaria do Brasil (só perde para Aparecida, em São Paulo), atraindo 2,5 milhões de pessoas por ano, festa que começa agora em abril, na Semana Santa, e termina em agosto, o Santuário de Bom Jesus da Lapa este ano vai ficar vazio.

O prefeito Eures Ribeiro (PP) diz que a romaria é a alma da cidade, tanto do ponto de vista imaterial quanto econômico:

— Que jeito? O prejuízo é imensurável, mas a briga maior é para conter o vírus. E uma romaria é prato cheio.

Desafio — Aí está um caso típico que bem ilustra o foco das autoridades baianas no momento: é sabido que o vírus, até agora, no atacado foi transmitido por pessoas da alta classe médica, da China à Europa, em aviões, cruzeiros e afins. Se cair numa romaria, um desastre.

O Brasil vem perdendo a batalha contra o corona. Os números só crescem, o vírus já está em 24 dos 26 estados, mais o DF. E o número de infectados está perto de mil, a Bahia com mais de 300 suspeitos, 34 confirmados.

O xis da questão é frear isso, daí tantas restrições ao trânsito, num prazo de 10 a 15 dias, evitando o pior, que a contaminação comunitária, aquela que você não sabe de onde veio, já em todo o país, invada feiras livres e romarias, o povão.

No rastro do corona, Feira de Santana já perdeu sua micareta e Salvador a festa de aniversário (dia 29). Mas as duas cidades sovrevivem sem isso. A Lapa sofre mais. Lá, a romaria é tudo.

 

FONTE: atarde.uol.com.br/coluna/levivasconcelos  
 
 

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