O vice-governador e deputado federal eleito, João Leão, atual presidente do PP na Bahia, disse, em coletiva de imprensa realizada neste sábado (17), que “alguns parlamentares do PP têm, como todos os parlamentares, como todos os deputados, têm o sangue governista. Então você tem a vontade de ser governista porque acha que, sem o governo, você não conquista bases, não conquista isso ou aquilo”. João Leão respondia sobre o fato de parlamentares do partido desejarem retornar à base do PT no estado.

“Vamos discutir dentro da base. Meu mandato [de presidente estadual do PP] se encerra em abril. Eu posso ser candidato novamente a presidente ou posso abdicar em favor de uns companheiros. Eu já estou cansado: já estou há oito anos à frente do PP; chegou a hora de passar para uma dessas meninadas”, comentou, ao citar nomes como os dos deputados federais Mário Negromonte Júnior, Cacá Leão, Neto Carletto e Claudio Cajado, atual presidente nacional do partido.

Questionado se a escolha do novo presidente do partido seria Vai ser construído de forma democrática, discutindo e conversando com todos os prefeitos, com todos os deputados.

Ao comentar sobre a adesão de membros do PP ao governo Lula, Leão disse que será independente. “Não quero ser adesista, mas também não quero ser oposição. Quero apontar os erros e mostrar as soluções, mostrar que esse país é viável. O Brasil precisa de desenvolvimento econômico, aumentar a sua arrecadação”, declarou. Ao ser perguntado se participaria da ala petista ou bolsonarista do PP, reforçou: “Nem uma ala nem a outra. Serei de ala independente, como Ciro Nogueira [ministro da Casa Civil]”. Leão apontou que Nogueira tem estilo similar ao dele. “Que o partido converse, dialogue”, apontou.

Ainda ao comentar a política local, João Leão disse estar disposto a ajudar o governador eleito Jerônimo Rodrigues ou o vice-governador eleito Geraldo Júnior (MDB), que deve assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, ocupada por ele quando aliado do PT na Bahia. “Ontem conversei com Jerônimo [durante a solenidade de diplomação no TCA]. Não vou ajudar Jerônimo, vou ajudar a Bahia. Sentei ao lado de Super Geraldo [pai de Geraldo Júnior] durante a diplomação”. Leão disse ter dito ao pai de Geraldinho que estaria também disposto da dar dicas ao filho dele.

Leão foi instado a comentar a alegada demora de Jerônimo para anunciar o secretariado. “É problema dele. Ele vai botar no tempo dele. Ele tem que mostrar no tempo dele quem será secretário. Espero em Deus que o governo dele dê certo. Se ele quiser uma orientação, estou pronto para dar”, ressaltou.