O lançamento da candidatura à reeleição do presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), com mais de um ano de antecedência, pelo senador Angelo Coronel (PSD) feriu de morte os deputados estaduais Ivana Bastos (PSD) e Rosemberg Pinto (PT), que acalentavam o sonho de sucedê-lo e vêm abertamente trabalhando há alguns meses seus nomes junto aos colegas.

Até pelo fato de ter dois nomes próximos – uma de seu próprio partido e outro um correligionário que é também seu aliado – interessados na disputa, Adolfo vinha evitando tratar sobre a sucessão na presidência do Poder, passando a todos a impressão de que não mexeria uma palha para alterar a legislação e assumir o protagonismo da disputa.

A posição retraída do parlamentar em relação ao assunto acabava sendo o principal motor das duas candidaturas à sua sucessão, já que tanto Ivana quanto Rosemberg vinham se sentindo livres para articular apoio a seus respectivos nomes.

Agora, no entanto, depois que Coronel rompeu as travas e colocou o nome do partidário no ar, no entanto, os deputados acham que o nome de Adolfo passou a ser a primeira opção para a disputa, a menos que ele assine um documento em cartório declinando dela.

Em outras palavras, mesmo contra a vontade do aliado, como muitos suspeitam, Coronel acabou impondo a Adolfo que ele assuma uma posição e coordene o processo tanto em seu favor quanto no de um nome que considere viável para sucedê-lo, se assim decidir.

“Por mais que Adolfo declare que não é candidato, ninguém vai acreditar. Além disso, apesar de conhecermos Coronel, sempre fica a dúvida sobre até que ponto ele não fez isso com o consentimento do presidente”, afirmava hoje um deputado na Assembleia, afirmando que, com a atitude, o senador do PSD entregou a Adolfo a condução do processo.

“Agora, Adolfo entrou num jogo do qual ele demonstrava não querer participar. E quem quer que deseje disputar a eleição vai ter que pedir sua benção ou, antes disso, esperar que ele defina o que vai fazer, porque, de fato, a sucessão está nas mãos dele”, disse outro parlamentar.

Em sua avaliação, Adolfo permanece como o favorito para disputar as eleições na Casa, bastando para isso que se disponha a concorrer.