O governador Jerônimo Rodrigues (PT) fechou nesta quinta-feira (21) a segunda rodada de conversas com as bancadas dos deputados da base aliada na Assembleia Legislativa. A última agenda foi com os quatro parlamentares do PV: Marquinho Viana, Vitor Bonfim, Roberto Carlos e Ludmilla Fiscina, durante a tarde. Na pauta dos encontros, além do balanço e do planejamento das ações do governo, o atendimento a prefeitos e lideranças dos parlamentares, que vinham se queixando do tratamento dispensado pelo Executivo.

Ficou definido que haverá um critério, a ser aprovado pelo conselho político, para o atendimento dessas lideranças em Salvador, independentemente da agenda intensa do governador no interior. Essas audiências devem começar em outubro, em grupos formados por cada parlamentar, sejam ou não de prefeitos. Primeiro, serão chamados os cabos eleitorais dos deputados que votaram em Jerônimo nas eleições de 2022 e, num segundo momento, os que desejam ingressar na base aliada.

Alguns deputados defenderam que os adesistas só deveriam ser atendidos junto aos deputados depois das eleições de 2022, salvo pautas institucionais emergenciais. Mas Jerônimo teria prometido principalmente a parlamentares que ingressaram na base depois do pleito, a exemplo dos representantes do PP e de parte do PL e do Solidariedade, e ao Avante, que tem recebido muitos quadros que estavam na oposição, que todos serão atendidos. Vale frisar que mesmo entre os deputados aliados de primeira hora do governador há casos de prefeitos que votaram em ACM Neto na disputa pelo Palácio de Ondina.

O governador ressaltou que, em caso de divisão no interior, só vai subir no palanque de quem o apoiou no último pleito. Caso isso aconteça entre grupos da base que caminharam com ele em 2022, mesmo tendo representação em siglas oposicionistas, Jerônimo disse que, em via de regra, não terá participação ativa nas eleições nesses municípios. Como mostrou o site, é o caso de Euclides da Cunha e Conceição do Coité, só para citar dois exemplos em cidades importantes.

Desde a última segunda-feira (18), Jerônimo conversou, em grupos, com os deputados do PSD, PT, PP, PV, PCdoB, PSB, Avante, Patriota e Podemos, além dos governistas do PL e do Solidariedade, que formam uma bancada independente. A base do governador é composta por 42 parlamentares, e a primeira rodada de conversas aconteceu em maio deste ano, no formato de café da manhã.

De lá para cá, insatisfações pontuais com a distribuição de cargos ou liberação de emendas foram amplificadas pela falta de atendimento a prefeitos e lideranças, que, por sua vez, passaram a pressionar intensamente os deputados, sobretudo num momento de queda de arrecadação na transferência de recursos federais por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

O nível de estresse subiu a tal ponto que, desde a semana passada, tem ameaçado as votações dos projetos do Executivo na Assembleia. Algumas matérias deixaram de ser apreciadas ou foram adiadas. Como mostrou este Política Livre, a bancada do PSD demonstrou a insatisfação em bloco.

Para acalmar os ânimos, Jerônimo marcou na última quarta-feira (13) uma conversa apenas com os líderes partidários e, esta semana, dialogou com as bancadas, quando foi comunicado da formação de um bloco informal na Assembleia composto por parlamentares de partidos que não apoiaram o governador em 2022.

Como mostrou o site, durante as conversas com os deputados, o secretário estadual de Comunicação, André Curvello, apresentou uma pesquisa apontado a avaliação positiva de Jerônimo em todas as áreas. De acordo com o levantamento, o governador está tão bem avaliado na Bahia quanto o presidente Lula (PT).