Prefeituras     Câmaras     Outras Entidades
 
 
 
SEJA BEM VINDO A TRIBUNA ONLINE
GUANAMBI/BAHIA - Sábado, 19 de Outubro de 2024
 
 
 
ONDE ESTOU: PÁGINA INICIAL > NOTÍCIAS
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

   
 
 

EDITAIS

NOTÍCIAS

 

Abertura de novos cursos de Medicina preocupa a classe
Domingo, 12 de Novembro de 2023

O crescimento vertiginoso de instituições de ensino médicas no país tem preocupado setores da classe. Recentemente, a Associação Bahiana de Medicina – ABM divulgou uma nota de repúdio sobre os riscos da abertura indiscriminada de cursos de Medicina no Brasil. Em teoria, pacientes podem ser expostos a profissionais com formação profissional insuficiente, sendo necessária uma análise incisiva sobre o caso. Para falar sobre este tema, o professor Titular de Gastro-Hepatologia da UFBA, médico hepatologista Raymundo Paraná, que recebeu recentemente a Comenda 2 de Julho, traz reflexões importantes sobre o contexto.

O Ministério da Saúde chancelou a abertura de novos cursos. Qual a sua opinião?

A chancela de novos cursos médicos está a cargo do Ministério da Educação. O Brasil tem cursos médicos em demasiado sem estrutura para avaliar a qualidade dos egressos. É possível que algumas dessas escolas sejam boas, mas é possível que novas propostas tragam opções melhores. Devemos ter escolas que não têm condição de funcionamento, mas escolas de má qualidade não podem impedir novos projetos que tenham qualidade. Por isso, precisamos de avaliação das escolas e dos alunos egressos.

O que falta na formação médica de instituições não confiáveis?

Falta um diagnóstico claro da qualidade dos cursos. A situação no Brasil é tão grave que se nós fizéssemos um teste para os médicos brasileiros egressos, seria possível prever grande reprovação. Nenhum país seria capaz de formar tantos professores, tantos campos de prática, para tantas escolas, em tão pouco tempo. É óbvio que o número de Escolas Médicas não se acompanhou de infraestrutura, nem de formação de professores, tampouco em campos de prática adequados.

A abertura desenfreada desqualificou o Ensino Médico?

Difícil é formar professores tão rapidamente para uma demanda tão grande de Escolas Médicas. A maioria nem Hospital Escola tem. Utilizam equipamentos públicos terceirizados e compartilhados com outras instituições. Não sabemos se a Preceptoria dos alunos está adequada, se o acolhimento e a orientação expressam tutoria de fato.

Qual a sua avaliação em relação à formação de professores?

Professores devem ter uma formação. Há aqueles que têm talento para o ensino, mas hoje exige-se muito mais, pois há necessidade de formação pedagógica. É necessário que ele tenha uma formação sólida e que, preferencialmente, tenha Mestrado e Doutorado, porque aí se consolida a sua capacidade Acadêmica. Os cursos de mestrado e doutorado no Brasil não cresceram em oferta de vagas para atender a esta demanda. A conta não fecha, o que permite supor o garimpo de profissionais no mercado para serem professores sem avaliação e habilidades acadêmicas adequadas.

 

FONTE: atarde.com.br  
 
 
   
 
    © 1999-2024 TRIBUNA ONLINE