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Denúncias de violência contra mulher crescem 33,5% na Bahia
De acordo com o Ministério das Mulheres, o disque denúncia 180 já recebeu de janeiro até julho mais de 84,3 mil notificações, 33,5% a mais que o mesmo período do ano passado
Quarta-Feira, 21 de Agosto de 2024

A violência contra as mulheres é um fato alarmante que há muitos anos acomete o Brasil e tem diariamente se tornado pauta em diversas instâncias, sejam públicas ou privadas. Incentivada pelo machismo e por discursos de ódio extremistas, que tentam colocar a mulher em lugar de submissão na sociedade, essa prática criminosa sempre existiu fortemente no Brasil, mas vem sendo descoberta e coibida nos 20 últimos anos devido ao aumento de denúncias através da promoção de políticas públicas.

De acordo com o Ministério das Mulheres, o disque denúncia 180 já recebeu de janeiro até julho mais de 84,3 mil notificações, 33,5% a mais que o mesmo período do ano passado. Na Bahia, este número também aumentou: 5.777 denúncias este ano — um aumento de 27,33% em relação ao mesmo período do ano passado.

Chama atenção nos dados do Ministério das Mulheres o fato de que a maioria das denúncias no estado foram realizadas pelas próprias vítimas. Do total de denúncias na Bahia, 3.876 foram apresentadas pela própria vítima.

Outro dado que comprova o que movimentos feministas alegam é que das mais de cinco mil denúncias na Bahia, 2.789 indicavam que o crime aconteceu na casa da vítima e em 2.204 casos foram praticados pelos companheiros, namorados, ou ex-maridos. Para ministra Cida Gonçalves, o aumento de denúncias é um sinal de que as políticas públicas estão avançando e encorajando cada vez mais as mulheres e a população a denunciarem.

Campanha - Com objetivo de combater essas estatísticas e reduzi-las a zero, foi lançado neste mês de agosto, em comemoração aos 18 anos da Lei Maria da Penha, a campanha "Feminicídio Zero - Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada", lançada pelo Ministério das Mulheres em parceria com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Para a secretária de Políticas Para as Mulheres, Neusa Cadore, é fundamental que ocorram ações integradas, que envolvem as diversas instâncias de poder, juntamente com o engajamento da sociedade. “A complexidade da violência contra a mulher vem buscando novos espaços, novas parcerias. A luta pelo Feminicídio Zero é, portanto, uma urgência nacional, que exige o comprometimento de toda a sociedade para que nenhuma mulher seja vítima de violência. Estamos engajadas nessa luta”, reforçou a secretária, durante encontro com a ministra Cida Gonçalves no último final de semana.

A campanha é uma mobilização nacional permanente que envolve diversos setores da sociedade no compromisso de eliminar a violência contra as mulheres, com foco especial no feminicídio. As ações abrangem uma comunicação ampla e popular, a implementação de políticas públicas e o engajamento de diferentes atores sociais.

Para a ministra Cida Gonçalves, a raiz do problema é o ódio. “É a misoginia. Para enfrentar esse ódio, precisamos montar estratégias, discutir com a sociedade e com as mulheres. Estamos trabalhando para ampliar o debate e levar essa pauta para todos os espaços", afirmou.

Do movimento de mulheres há mais de 30 anos, a professora e especialista em políticas públicas, vereadora Marta Rodrigues acredita que aos poucos há uma mudança de paradigma no Brasil, onde a população vem se conscientizando da urgência em combater a violência contra as mulheres também através da paridade de gênero nos

espaços de decisão. “O machismo precisa ser combatido cotidianamente e isso só conseguimos fazer com políticas públicas que saiam do papel. Temos visto isso acontecer aos poucos, mas há muito caminho pela frente”, declarou.

Disque denúncia 180 tem caráter mais preventivo e colaborativo

O Nordeste registrou 65,8 mil ligações em 2024 e, na sequência, aparecem as regiões Sul (23.168), Centro-Oeste (22.328) e Norte (17.694). Em 602 ligações recebidas pelo Ligue 180, o estado não foi identificado.

"O 180 tem a característica de ser muito mais preventivo e colaborativo. Gostamos de dizer que se você precisa de informações, Ligue 180. Se você está em uma situação de emergência, ligue 190", pontuou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. "Muitas vezes tem um vizinho, uma amiga, que não sabe o que fazer quando vivencia uma situação de violência contra a mulher. O Ligue 180 é essa referência", completou a ministra.

O Sudeste soma um total de ligações bem superior às demais regiões do país. Até o mês de julho, o Ligue 180 recebeu 121,2 mil ligações dos quatro estados da região, onde residem 42% da população brasileira. As demais regiões, somadas, registram pouco mais de 129 mil ligações para a Central.

Este volume resultou em 44,1 mil denúncias no Sudeste — e o registro de 44,7 mil violações dos direitos das mulheres. Em relação ao mesmo período do ano passado, a Central registrou aumento nas denúncias (36,7%) e violações (37,2%) no Sudeste, ainda que o registro de ligações tenha sido menor: em 2023, de janeiro a julho, foram 155,1 mil.

 

FONTE: www.trbn.com.br  
 
 
   
 
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