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Bahia já registra 11 vezes mais mortes por dengue do que no ano passado
Sexta-Feira, 20 de Setembro de 2024

O aumento do número de mortes por dengue na Bahia tem preocupado autoridades de saúde dois meses antes do início do verão, quando os casos tendem a explodir. Entre janeiro e agosto deste ano, o estado registrou 138 mortes, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria do Estado da Bahia (Sesab). O número é 11 vezes maior do que os óbitos por dengue identificados no mesmo período de 2023, que foram 12.

A maior concentração de mortes se dá na região sudoeste da Bahia, que registrou 80 óbitos nos primeiros oito meses do ano. Fazem parte da localidade cidades como Vitória da Conquista, Brumado, Itapetinga e Guanambi. Juntos, os municípios mais populosos da região têm 34 mortes. Outros 20 óbitos estão sendo investigados, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde.

Na Bahia, já há registro de transmissão de dengue em todas as cidades, sendo que 25 delas decretaram emergência por conta da doença. Já são 63.732 casos identificados da doença, um aumento de 159% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram 24.564. “O aumento de casos amplia a possibilidade de complicações, sequelas e óbitos pela doença”, informa a Sesab. Entre os principais sintomas da doença estão febre alta, dor de cabeça e nos músculos.

Para a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesab, Ana Claudia Barbosa, o aumento no número de casos e de óbitos indica que a população e os municípios não estão realizando as ações diárias básicas de eliminação de possíveis criadouros do mosquito aedes aegypti. "Em relação aos óbitos, os pacientes demoram a procurar a unidade de saúde, pois se automedicam, agravando, as vezes, os casos e levando ao óbito", avalia.

Campanha

Na quinta-feira (19), a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) lançou a campanha Verão Sem Mosquito, que prevê ações preventivas até março de 2025. A iniciativa inclui bloqueio de logradouros com casos confirmados de dengue, com aplicação de inseticida para eliminar os mosquitos na fase adulta. A capital não registrou mortes pela doença neste ano.

A coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Isolina Miguez, explica que 455 escolas serão fiscalizadas até o dia 6 de outubro, quando acontecerá o primeiro turno das eleições. “Queremos deixar as escolas livres da proliferação de mosquitos. De agora em diante, locais que tiverem grande concentração de pessoas serão inspecionados e, caso tenha necessidade, faremos aplicação de inseticidas”, diz.

Na esteira da prevenção, o Ministério da Saúde lançou, na quarta-feira (18), um plano de ação para redução dos impactos das arboviroses (vírus transmitidos por mosquitos, como dengue, chikungunya e zika). A pasta anunciou o investimento de R$1,5 bilhão. A iniciativa busca reduzir a proliferação das doenças antes do início do período mais crítico, a partir de 21 de dezembro. A combinação de chuvas e altas temperaturas, no verão, contribui para a disseminação do mosquito.

Entre as medidas anunciadas está a expansão do uso de estações disseminadoras de larvicida (EDL) nas periferias brasileiras. A tecnologia funciona como uma “armadilha” de atração das fêmeas do aedes aegypti que, ao pousar para colocar ovos, se impregnam com o inseticida. O plano inclui, ainda, capacitação de profissionais, gestão de estoques de inseticidas e insumos para diagnóstico.

A prevenção contra a dengue deve incluir o cuidado para evitar acúmulo de água parada e vacinação. O imunizante contra a doença é disponibilizado nos postos de saúde de Salvador para crianças de 10 a 14 anos, que estiverem acompanhadas de representantes legais.

Principais sintomas da dengue

Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua
Vômitos persistentes

Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)

Sangramento de mucosa

Letargia e/ou irritabilidade


 

FONTE: www.correio24horas.com.br  
 
 

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