Prefeituras     Câmaras     Outras Entidades
 
 
 
SEJA BEM VINDO A TRIBUNA ONLINE
GUANAMBI/BAHIA - Quarta-Feira, 12 de Novembro de 2025
 
 
 
ONDE ESTOU: PÁGINA INICIAL > NOTÍCIAS
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

   
 
 

EDITAIS

NOTÍCIAS

 

Governo inclui novo corredor ferroviário entre Bahia e Goiás em projetos do PPI
Quarta-Feira, 12 de Novembro de 2025

O governo federal vai oficializar a inclusão do novo trecho da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), além de sua adesão ao PND (Programa Nacional de Desestatização).

Com as duas medidas, o Ministério dos Transportes e a Casa Civil da Presidência confirmam a alteração do trecho 3 da Fiol. O traçado original ligaria Barreiras (BA) a Figueirópolis (TO). Agora, a nova malha pretende conectar Correntina (BA) a Mara Rosa (GO), um eixo de 840 km de extensão que cria uma rota direta de integração com a Fico (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), em Mato Grosso.

O novo traçado foi decidido após estudos mostrarem que a via direta de conexão evita a passagem por um longo trecho da Ferrovia Norte-Sul, que tornaria o caminho mais longo e caro, devido a direito de passagem cobrado por empresas que já atuam na ferrovia.

A mudança foi realizada com base em estudos feitos pela Infra SA, em parceria com a International Finance Corporation. A inclusão no PPI só depende, agora, de aprovação final pelo Palácio do Planalto.

O enquadramento no PPI dá ao projeto caráter de prioridade nacional, com agilidade em seu licenciamento ambiental e destaque em ações de financiamento público, como acesso facilitado a linhas de crédito e estudos pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal.

Os estudos de rotas chegaram a avaliar três alternativas, até concluir que o trajeto entre Correntina e Mara Rosa é o mais vantajoso. Segundo as análises, a nova rota pode gerar uma economia operacional estimada em R$ 1 bilhão, considerando a redução do pagamento de direito de passagem na FNS, ao longo do período de concessão.

Do ponto de vista de engenharia e socioambiental, o traçado via Correntina também teria menos dificuldades, com menor presença de territórios indígenas, quilombolas e áreas de proteção ambiental que o traçado original.

Segundo parecer técnico da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o investimento total estimado para implantação da Fiol 3 é de R$ 12 bilhões, valor que inclui obras civis, aquisição de equipamentos, sistemas de controle e sinalização.

O trecho de 840 quilômetros de extensão se somará à Fico e aos demais lotes da Fiol, alcançando cerca de 2,4 mil quilômetros, até chegar ao Porto Sul, em Ilhéus (BA).

O corredor é visto pelo governo como um dos principais vetores de redução de custos do transporte de grãos, combustíveis e minérios. A expectativa do Ministério dos Transportes é encaminhar o edital do traçado ao Tribunal de Contas da União no início de 2026, para realização do leilão no primeiro semestre.

Como revelou a Folha, o projeto ferroviário envolve uma disputa bilionária entre as duas das maiores companhias logísticas do país: a VLI, empresa de transporte controlada pela Vale e pela canadense Brookfield, e a Rumo, braço de infraestrutura do grupo Cosan.

Em um documento elaborado pela VLI e enviado à cúpula do governo em 31 de julho, a VLI despeja críticas à minuta do edital do governo previsto para a Fico-Fiol.

Em suas "contribuições adicionais ao edital", a VLI diz que o texto cria uma "clara vantagem artificial" para a Rumo e pode levar a licitação ao fracasso.

Segundo a VLI, a estrutura econômica e regulatória do edital "desestimula novos concorrentes" e mantém o domínio da Rumo sobre o escoamento de grãos do Centro-Oeste, jogando toda a carga da região no colo da rival.

O argumento central da VLI é que a Rumo já controla as principais ferrovias que conectam Goiás e Mato Grosso até a chegada ao porto de Santos, o que inclui a Malha Central (RMC) e a Malha Paulista (RMP). Por isso, mesmo que a Rumo não vença a licitação da nova ferrovia, diz a VLI, continuaria a comandar o acesso à rota de exportação mais usada do país, o porto de Santos (SP).

"A Fico estará pronta para operação antes da Fiol II e Fiol III, ou seja, antes que o sistema tenha saída para o mar por Ilhéus (BA) e seja autossuficiente para escoamento para exportação", diz a VLI, ao afirmar que qualquer operador que assumir a nova ferrovia dependeria de trechos já controlados pela Rumo para chegar ao litoral.

Procurada pela Folha, a VLI declarou que "acompanha com atenção as políticas públicas, os debates sobre a expansão da infraestrutura ferroviária brasileira e tem contribuído de forma construtiva e colaborativa com o poder público para o aperfeiçoamento de um sistema logístico".

A Rumo afirmou que "participou das fases de audiência e consulta pública da modelagem nos canais institucionais adequados, apresentando contribuições técnicas, como previsto pelas regras do processo licitatório, com base em dados objetivos e visando à melhoria do projeto".

 

FONTE: politicalivre.com.br  
 
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS:

   
 
    © 1999-2025 TRIBUNA ONLINE