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Campos balança Dilma
*Coluna de Samuel Celestino publicada no jornal A Tarde desta terça-feira (19)
Terça-Feira, 19 de Março de 2013

Ao precipitar, de forma surpreendente, a sucessão de 2014, o ex-presidente Lula provavelmente pensou de uma forma e o efeito que se observa é justamente outro. O inverso.  A impressão que se tem é a de que o movimento valeu como um tiro no pé. Dele e da presidente Dilma. Lula detonou um processo, uma pré-campanha, imaginando favorecer a presidente, ao tempo em que colocaria obstáculos para os possíveis candidatos adversários, notadamente Aécio Neves e Eduardo Campos, mais para este do que para aquele. A eleição do ano passado para as prefeituras alavancou o prestígio de Eduardo Campos que se espraiou no Nordeste e, também, começa a pegar em outras regiões, com exceção do Sul e, talvez Sudeste onde estão situadas as forças tucanas e petistas. Aí, a questão é de tempo. Tempo que se vincula ao precoce lançamento de Dilma Rousseff.
Nos estados os governadores não conseguiram segurar o processo pré-eleitoral, e em consequência já se observam situações conflituosas, como é o caso do Rio de Janeiro, onde o governador Sérgio Cabral impõe o seu candidato, o vice-governador Pezão, e exige que o PT não lance candidato, criando problemas para o comando do partido que se verá impelido (ou não) a afastar o senador Lindbergh Farias, que de há muito anunciou que seria o candidato petista na sucessão de Cabral. Cabe a Lula e a Dilma afastá-lo do processo, criando dificuldades para o PT carioca, ou pra o PMDB de Cabral.
Aécio Neves desde a eleição de Dilma, ou melhor, da tentativa de José Serra, já se colocava como candidato do PSDB, mas foi atropelado. O partido é mais de São Paulo do que de Minas, aonde Aécio Neves se projetou como bom governador e como nome de renovação tucana. Agora ele está, por ora, sozinho dentro do partido e precisa crescer e muito, até porque a aliança dos tucanos com o DEM não parece forte. Pelo contrário. De resto a sua atuação no Senado não o coloca nas manchetes da mídia. Aliás, há uma pendenga entre ele e Serra. Fernando Henrique Cardoso tem procurado mediar para que os dois voltem a se entender.
De outro modo, o presidente do PSB, Eduardo Campos, está diariamente na mídia e se movimenta com facilidade na área política, no seu partido e nos demais, criando dificuldades para Dilma, de quem é aliado, mas não ao ponto (até aqui) de anunciar que não será candidato. Antes de a presidente viajar para Roma, os dois conversaram sobre política, mas não se sabe do que trataram, se ele a cientificou de que será candidato no próximo ano. Ele não diz de forma expressa, clara. No entanto, todos os seus movimentos são voltados para a candidatura a presidente, realizando palestras e formulando ideias de mudanças na gestão, como o fez recentemente ao falar para cerca de 60 empresários paulistas. A tática de Campos é deixar claro que é candidato, sem, no entanto, anunciar. As suas ações são de que será um nome para confronto, e forte, com a presidente. Ele conta c om boa parte do Nordeste onde está um elevado percentual de eleitores,  justo onde o PT  tem seu principal reduto.
No Sul e Sudeste o êxito de Dilma vai depender das respostas à economia nesses dois anos que lhe restam. Terá que apresentar bom desempenho. Por ora, ela continua voltada para uma política social semelhante à de Lula, como aconteceu na semana retrasada ao anunciar a desoneração da cesta básica, o que talvez não surta o efeito esperado. Os produtos que a compõe a cesta dependem, em parte, da sazonalidade. Enquanto ela lançava a diminuição da carga tributária da cesta, Eduardo Campos apresentava uma ideia mais visível e avançada: desonerar o transporte público para beneficiar os trabalhadores e a população em geral. Aos empresários em São Paulo expôs uma nova política. Já Aécio por ora continua sem maiores movimentos, esperando a situação ficar melhor para ele, principalmente em SP.
Para mostrar o seu avanço e, mais uma vez se revelar, o governador de Pernambuco lançou um “estou ficando apavorado”, isso depois de dizer, num suave ataque a Dilma, que  “É possível fazer muito mais”. O “estar apavorado” foi por ele dito ao comentar com aliados em Brasília, sobre os rumos da sua candidatura diante da enxurrada de adesões que tem recebido para entrar na luta no próximo ano. Campos e seu grupo havia feito uma avaliação sobre a situação do seu PSB, o PSDB de Aécio e do PT de Dilma e Lula, com foco nas dificuldades que enfrentam.
No seu entendimento, seus adversários no governo tendem a enfrentar dificuldades crescentes e também ataques que virão de dentro e de fora do governo. Mais ainda: considera que Lula e Dilma começam a ficar com posições dúbias em relação às eleições do próximo ano. Ele tem pouco a perder, ou melhor, tudo a ganhar porque, caso sua candidatura fracasse, ele terá feito uma pregação em todo o País e passará ser um rosto e um nome conhecidos.
De resto, para finalizar com a Bahia, Eduardo Campos precisa que, aqui, a senadora Lídice da Mata seja candidata ao governo. E ela quer ser. O tempo dará a resposta.

 

FONTE: atarde.uol.com.br/ Foto: Foto: bahiatododia.com.br  
 
 

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