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Número de matrículas no ensino superior aumenta na Bahia
-Dados apontam para aumento das matrículas nas instituições particulares e redução nas públicas
Sexta-Feira, 21 de Setembro de 2018

A Bahia tem três alunos no ensino superior privado para cada um matriculado em universidades públicas, segundo dados do Censo da Educação Superior 2017, divulgados nesta quinta-feira (20) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação.

Os dados mostram a expansão das instituições privadas no estado, onde, de um total de 133 instituições do ensino superior, apenas 10 – seis  federais e quatro estaduais – são públicas. Estas, são responsáveis pela educação de 102.239 alunos, enquanto os demais 321.760 estão nas particulares, somando  423.999 estudantes.Em comparação com 2016, os dados apontam para aumento das matrículas nas instituições particulares e redução nas públicas. A  Bahia teve um total de 422.320 alunos matriculados naquele ano, sendo 310.181 nas privadas, enquanto nas públicas o número chegou a 112.139.

Para especialistas em educação, a pesquisa reflete os investimentos do governo federal, nos últimos anos, em bolsas de estudo parcial ou integral para ingressos de pessoas de baixa renda em faculdades particulares, via programas de financiamento, como o Fies e o ProUni, e a melhoria da qualidade do ensino das instituições privadas. 

Hoje em dia, na análise desses especialistas, tanto as universidades publicas, que até um tempo atrás era a escolha direta para alunos que se dedicam mais aos estudos, quanto as privadas possuem capacidade de fornecer educação superior de igual para igual, e às vezes melhor – a depender do curso.

É o caso, por exemplo, do curso de engenharia elétrica. Na Bahia, de acordo com o Inep, são 33 instituições que oferecem este curso, seis  públicas e 27 particulares. Douglas Pinto da Silva, 25, é um dos 5.310 futuros engenheiros elétricos, ele está no sexto semestre na Universidade Salvador (Unifacs).

O estudante conta que se interessou pela instituição depois de fazer nela mesmo um curso técnico em eletroeletrônica, por meio do Pronatec, programa do governo federal que promove o acesso ao ensino técnico e emprego. “Gostei muito a da estrutura e dos professores, da liberdade de criação que temos”, destacou.

Mas não foi fácil entrar no curso. Antes, chegou a estudar engenharia eletrônica na Faculdade Rui Barbosa   por três semestres, até que fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de novo e ganhou uma bolsa integral para estudar na Unifacs.

Com a saída da Rui Barbosa, a vaga dele ficou como o Inep chama   de “remanescente”, que são vagas deixadas por alunos que iniciaram o curso depois a deixaram, seja por desistência ou mudança de cidade ou de instituição. A Bahia, em 2017, teve 94.077 vagas remanescentes, 9.504 nas públicas e 84.573 nas particulares.

“Estou me sentindo realizado aqui na Unifacs, pois consigo desenvolver minha criatividade e meu interesse pela robótica”, disse ele, que, junto com os colegas Wesley de Andrade Rebouças, Rayanne da Silva Andrade e Félix Limoeiro de Araújo Júnior ganharam dia 12 de setembro o primeiro lugar do “Laureate Award for Excellence in Robotics Engineering”, em Lima, no Peru.

 Greves

A perda de  de tempo com greves e a falta apoio para desenvolver projetos de interesse estão entre as principais justificativas de quem busca o ensino superior privado, na avaliação do psicoterapeuta Vitoriano Garrido, que atua como Couch e é diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) na Bahia.

“Temos visto que as instituições públicas vêm sofrendo com cortes de gastos, de incentivos governamentais para a pesquisa e extensão, então isso faz com que as pessoas busquem locais onde possam ter reais possibilidades de crescer. Mesmo sendo tradicionais, as universidades públicas deixaram de ser as melhores opções”, disse.

Garrido orienta que na escolha de uma instituição ou curso as pessoas pesquisem no site do MEC a pontuação do Índice Geral de Cursos (IGC), que mede tanto a instituição como um todo quando cursos específicos, e é composto por avaliações que incluem a estrutura, o desempenho dos alunos e dos professores.

Consultor em educação e avaliador do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), do Inep, Ricardo Marques observa que as faculdades privadas estão buscando se adequar cada vez mais à realidade do mercado, com aperfeiçoamento da qualidade do ensino, mas ainda precisa avançar mais na pesquisa e extensão, um papel que ele avalia como mais ativo por parte das instituições públicas.

“A vantagem das particulares é que elas estão antenadas. Na era digital, elas se adequam à necessidade do mercado, acabam sendo mais ágeis a se adequarem aos novos tempos. Cada uma tem desenvolvido peculiaridades diferenciadas. Já as universidade públicas, ainda tem as dificuldades, por conta das greves, o que atrapalha um pouco a vida dos estudantes”, comentou.

Censo aponta 99 mil vagas remanescentes no país 

A educação superior brasileira ofertou em 2017 mais de 10,7 milhões de vagas em cursos de graduação. Dessas, 73% eram vagas novas e foram bem aproveitadas na rede federal: mais de 90% das vagas novas oferecidas em cursos de graduação nas universidades sob gestão do Governo Federal foram preenchidas.

As salas cheias de estudantes dos primeiros períodos, entretanto, nem sempre se mantêm. O Censo da Educação Superior 2017 revelou 99 mil vagas remanescentes, que somadas às de outros anos chegam a 2,8 milhões de oportunidades. Entretanto, 70% dessas vagas remanescentes não foram preenchidas, impedindo que grande universo de estudantes frequente uma universidade federal.

Segundo o MEC, “o cenário revelado pelo Censo da Educação Superior será enfrentado pelo Governo Federal de forma inédita”. Para a ocupação dessas vagas remanescentes em cursos de graduação em instituições públicas e gratuitas de educação superior, o MEC anunciou o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) Transferência.

“Estas vagas ociosas representam um verdadeiro desperdício de dinheiro público, que vem sendo acumuladas há anos. Com certeza, temos muitos estudantes que sonham em estudar em uma universidade pública, mesmo tendo algum tipo de bolsa ou financiamento em instituição privada”, destacou o ministro da Educação Rossieli Soares.

A alta taxa de desistência nos cursos de graduação, principalmente em cursos de licenciatura, é uma das causas da ampliação de vagas remanescentes. Outro fenômeno está diretamente relacionado ao formato do Sistema de Seleção Unificada, que permite ao participante do Enem encontrar o curso possível com a nota alcançada, mesmo que em uma unidade da federação distante de sua residência.

O que por um lado promove o acesso, por outro pode estar aumentando o abandono dos cursos quando o mesmo estudante consegue uma opção que considera mais adequada. Dos 329 mil ingressantes em instituições federais, um quinto fez o Enem novamente, mesmo já estando matriculado.

“Essa é uma evidência de que esses alunos buscam mudar de curso ou instituição, fenômeno que potencializa a desistência do curso e a criação de mais vagas remanescentes”, analisa Carlos Eduardo Moreno Sampaio, diretor de Estatísticas Educacionais do Inep.

 

FONTE: www.correio24horas.com.br  
 
 

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