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98,5% dos testes para covid deram negativo na última semana na Bahia
Em quatro dias de setembro o percentual de positivo foi de 0% no principal laboratório do estado
Sexta-Feira, 23 de Setembro de 2022

O percentual de amostras testadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) com resultado positivo para covid-19 caiu para 1,5%, na última semana, ou seja, 98,5% deles foram negativos. Esse é o melhor percentual desde a primeira semana de julho. Além disso, no sábado (17) e nos dias 5, 6 e 11 de setembro, todas as amostras testadas deram negativo para a doença. Especialistas atribuem o resultado à vacinação e à ausência de novas cepas do vírus.

A quantidade de amostras encaminhadas para o principal laboratório de testagens do estado também teve redução significativa. No auge da pandemia, a unidade recebia cerca de 10 mil coletas por dia, agora, são aproximadamente mil por semana. A diretora do Lacen, Arabela Leal, frisou que a queda nos números está acentuada.

“Tivemos um pico em janeiro e fevereiro, com as novas cepas. Depois, houve uma queda. E, em junho, um novo pico. Na 27ª semana epidemiológica (de 3 a 9 de julho), 42,5% dos testes deram positivo para covid. Na semana seguinte, o percentual foi menor e, desde então, os números estão reduzindo. Acredito que eles estão baixos porque não temos pacientes doentes e por conta dos antígenos [que produzem as vacinas]”, disse.

Entre 14 e 20 de agosto, 6,2% das amostras testadas acusaram a presença do novo coronavírus. Na semana seguinte, o percentual ficou em 4,1%. Depois, passou para 2,3%, caiu para 1,7% e, entre 11 e 17 de setembro alcançou o patamar de 1,5%. “É importante destacar que, mesmo no período de números mais elevados, não houve reflexo em internamentos ou elevação de óbitos, e isso se deve à vacina”, frisou a diretora.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), até a quarta-feira (21), o estado tinha 11.655.342 pessoas vacinadas com a primeira dose e 10.816.911 com a segunda dose ou dose única. Já as aplicações de reforço tiveram adesão menor, com 7,2 milhões para a terceira, e 2,2 milhões para a quarta dose. A garçonete Susane Oliveira, 35 anos, está com a última vacina pendente.

“Tomei as duas primeiras no prazo certinho e a terceira com duas semanas de atraso. Eu relaxei, admito. Ainda uso máscara no trabalho e no ônibus, mas quando vou ao mercado ou fazer outras coisas na rua parei de usar. E também não vejo quase ninguém usando. Como não tem mais filas na porta dos gripários, as pessoas ficaram mais tranquilas”, disse.

Essa tranquilidade deve ser observada com cuidado, ao menos é o que orientam os especialistas. Nesta semana, a cidade de Fortaleza (CE) conseguiu, pela primeira vez desde o início da pandemia, 0% de positividade durante uma semana epidemiológica inteira. Foram testadas 590 amostras e todas deram negativo para a doença.

Os cearenses atribuíram o resultado ao aumento da testagem e da cobertura vacinal com esquema completo em todas as faixas etárias, junto com medidas não farmacológicas, como uso de máscara e distanciamento.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Fortaleza tem cerca de 2,7 milhões de habitantes, população similar à de Salvador, estimada em 2,9 milhões de moradores. O secretário de Saúde de Salvador, Décio Martins, explicou quais medidas estão sendo adotadas pelo município com o objetivo de alcançar os mesmos resultados dos vizinhos nordestinos.

"A principal medida continua sendo a vacinação. Observamos uma diminuição na procura pela vacinação e estamos registrando entre 5 e 6 mil doses diárias, sendo que, no período após o São João, observamos 20 mil pessoas sendo vacinadas por dia. Mas continuamos intensificando o apelo para que as pessoas completem seus ciclos vacinais", afirmou o secretário.

Décio Martins também fez um balanço da covid-19 na cidade e, apesar de não cravar o percentual de testes positivos na capital, fez uma leitura otimista. "Nós estamos em um cenário epidemiológico muito positivo, com praticamente 11% de ocupação dos leitos clínicos e média de dois casos positivos por dia", revelou, e acredita que o momento em que Salvador vai zerar o número de casos positivos está cada vez mais próximo.

O boletim epidemiológico divulgado pela Sesab, na quarta-feira (21), apontava que, nas 24 horas anteriores, a Bahia tinha registrado 743 casos confirmados do novo coronavírus, 638 pacientes recuperados e dois óbitos provocados por complicações geradas pela covid-19. Salvador tem o maior número de casos ativos na Bahia, com 224 doentes, sendo seguida pelos municípios de Itabuna (111) e Vitória da Conquista (98).

"Início da primavera e verão terá aumento dos casos", prevê infectologista sobre covid-19

O infectologista e professor da Unifacs, Fernando Badaró, esclarece sobre o que há de se esperar em relação ao comportamento da covid-19 após o início da primavera, que começou na quinta-feira (22), e a longo prazo. Confira:

1. Esta semana a cidade de Fortaleza, pela primeira vez desde o início da covid, registrou uma semana epidemiológica sem casos confirmados da doença. Todas as 590 amostras analisadas deram negativo. Considerando que a população de Fortaleza é similar a de Salvador, no seu entendimento o que tem dificultado para que Salvador atinja o mesmo resultado?

590 amostras não refletem o perfil estatístico exato de toda população de Fortaleza. Tem que ver quais foram as pessoas que colheram e em que condições. Não podemos dizer que essas 590 amostras foram de pessoas que refletem todo perfil de Fortaleza. O fato é que, provavelmente, tenha redução de casos, mas não podemos afirmar que sejam zero. Além do mais, não se pode relaxar medidas de proteção e isolamento individual porque Fortaleza é cidade turística, chegam pessoas de outros estados que podem estar infectadas e se não houver medidas de proteção individual ou coletiva a doença vai se espalhar de novo.

2. A redução dos números na Bahia, e em especial em Salvador, depende mais do comportamento da população (tomar as vacinas, evitar aglomerações etc.) ou existe algo que o poder público ainda pode fazer para alcançar esse objetivo?

As vacinas reduzem muito a mortalidade e agravamento da covid-19. Isso é o que torna as pessoas seguras. Às vezes, tem resfriado, infecção por coronavírus que dá rinite, pode dar febre ou não, dura poucos dias e muita gente não procura médico. [Os sintomas leves] não significam que acabou a doença na Bahia. Tenho exemplos de pacientes que falaram para mim desses sintomas leves, fiz o exame e deram positivo. Parece que epidemia acabou, mas não acabou.

3. O início da primavera e a aproximação do verão, com temperaturas mais altas, pode ter algum efeito sobre a circulação do vírus?

Início da primavera e verão terá aumento dos casos devido à procura por praias. Na região Nordeste vai ter aumento, [mas] não vai ser grave como no verão passado.

4. Qual a sua perspectiva para o futuro?

Minha perspectiva é de que no futuro essa doença se transforme em endêmica. É uma doença que vai estar conosco durante décadas e as pessoas vão conviver com isso. Não precisará mais de isolamento porque as pessoas vacinadas terão prognóstico de não internamento e teremos vacinas [de reforço] pelo menos uma vez ao ano. Fará parte do calendário vacinal. Vamos conviver com a covid-19.  



 

FONTE: www.correio24horas.com.br  
 
 

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