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A história da briga de um frei contra um prefeito por causa de uma cantora
Sexta-Feira, 21 de Abril de 2023

Em cidade pequena é assim: basta um passo em falso para que toda a vizinhança fique sabendo. Imagine quando a polêmica envolve a festa mais querida dos baianos, uma artista de 6 milhões de seguidores e católicos fervorosos. O cenário desta confusão é Pindaí, no centro-sul, onde a prefeitura divulgou que a cantora Juliana Bonde se apresentaria no dia do padroeiro da cidade. A contratação incomodou os membros da Paróquia São João Batista, que fizeram o prefeito recuar. Enquanto isso, moradores dividem opiniões sobre a treta mais recente do São João baiano.

Já é de praxe que em 24 de junho, quando é celebrado o dia de São João Batista, as comemorações da cidade de 15 mil habitantes sejam de caráter exclusivamente religioso. Quem vai em busca da parte profana, tem entre os dias 20 e 23 para curtir na praça de Pindaí. Quando foi anunciado que a banda Bonde do Forró, a qual Juliana Caetano é vocalista, tocaria na madrugada do dia 23 para o dia 24, os católicos da paróquia se revoltaram.


Na quarta-feira da semana passada, o Conselho Pastoral Paroquial (CPP) emitiu uma moção de repúdio contra a participação da banda no dia do padroeiro. No documento enviado ao prefeito, os membros da paróquia afirmam que a atração “expõe demasiadamente de forma vulgar a questão sexual” e possui “letras que ferem os princípios cristãos”.

Mas afinal, quem é Juliana Bonde e porque sua apresentação incomoda os religiosos? A jovem de 27 anos é natural de Barreiras e acumula 6,3 milhões de seguidores em seu perfil no Instagram, no qual publica fotos sensuais. Desde 2018 ela é vocalista da banda Bonde do Forró e também produz conteúdos sensuais em uma plataforma para adultos. No mesmo ano em que se tornou cantora, Ju Bonde viralizou ao fazer camapanha para o ex-presidente Jair Bolsonaro.


Essa não é a primeira vez que a cantora se envolve em polêmica. Em fevereiro do ano passado, a canção “Piriquita”, lançada por Juliana, foi alvo de críticas. A letra faz referência ao padre Fábio de Melo ao dizer que ele “pega piriquita escondido”.


A canção polêmica engrossa o caldo da disputa em Pindaí. Para parte dos moradores, a escolha da apresentação no dia da celebração religiosa mais importante da cidade não pegou bem. “Não acho um problema ela se apresentar, mas é desnecessário ser no dia do padroeiro. Se a data é religiosa, não vem ao caso ter qualquer banda do tipo”, afirma o microempresário João Paulo, 21.

Por outro lado, há quem não vê problemas na coincidência de datas. A atendente Luciene Souza, 51, prefere ficar em casa do que frequentar a festa, mas mesmo assim defende a participação da cantora no evento. “Para mim a Igreja não tem nada a ver. Quem quiser ir na festa, vai. Quem não gosta, fica em casa”, diz.

Segundo moradores, o São João atrai moradores de fora e movimenta o comércio da cidade. Isso explica o investimento de, ao menos, R$370 mil em atrações para a festa que terá apresentação das bandas Canários do Reino e Caviar com Rapadura.


Mudança de data


O Brasil é um estado laico, o que significa que os governos devem ser imparciais em relação às questões religiosas. Mesmo assim, a prefeitura de Pindaí cedeu à pressão dos religiosos e mudou a data da apresentação da banda para o dia de 22 junho, uma quinta-feira. A medida foi tomada para acalmar os ânimos da população e, especialmente, dos membros da paróquia.

“Mudamos a apresentação para o dia 22. Na madrugada do dia 23 teremos outras bandas, mas isso não afeta a festa da paróquia. A festa deles começa às 19 horas do dia 24”, afirma o prefeito João Evangelista Veiga (PP). A gestão municipal também publicou uma nota em que afirma que a paróquia agiu de forma precipitada. Nos comentários da publicação, moradores aproveitam para expressar suas opiniões.


Moradores aproveitam publicação da prefeitura para opinar sobre a contratação polêmica


A reportagem tentou entrar em contato com a Paróquia São João Batista e com o frei Geraldo Mariano, mas não obteve retorno. A cantora Juliana Bonde e a banda Bonde do Forró também foram procurados, mas não se pronunciaram sobre a polêmica envolvendo a contratação.

Pai e empresário compara Juliana Bonde à Maria Madalena

“Padre, seja que nem Jesus, que se aproximou de Maria Madalena e defendeu. Imagina se Jesus tivesse ouvido o que falavam de Maria Madalena? Ele falou ‘quem não tiver pecado que atire a primeira pedra’”, diz o pai e empresário de Juliana Bonde, em um vídeo que circula nas redes sociais. Edivaldo Ferreira, conhecido como DJ Maluco, faz um apelo ao frei Geraldo Mariano para que a apresentação não seja cancelada.

DJ Maluco diz ainda que a filha é atuante na Igreja Católica e que canta músicas com conotações sexuais porque é o que “o povo quer ouvir”. “Ela é uma menina jovem, que canta o que a idade dela permite. Mas ela é uma pessoa que fez os quatro sacramentos e dizimista da Igreja Católica”, revela.

Logo depois, o pai da cantora compara a filha com Maria Madalena, figura bíblica popularmente reconhecida como uma mulher pecadora que se aproximou de Jesus Cristo. DJ Maluco lembra que Juliana Bonde gravou a música “Aleluia” que, segundo ele, fez mais sucesso do que a canção “Piriquita”.

Em um vídeo publicado no YouTube em 2021, ela aparece cantando a música religiosa e reúne mais de 2 milhões de visualizações. Juliana Bonde, para além de um fenômeno das redes, é uma figura controversa. Ao mesmo tempo em que o pai defende seu perfil católico, a jovem publica conteúdos adultos e oferece assinaturas a partir de R$44,50, em uma conhecida plataforma.

Em entrevista concedida ao portal UOL no ano passado, Juliana Bonde revelou faturar R$300 mil por mês com os conteúdos sensuais. Além dela, outras 13 dançarinas fazem parte do projeto denominado Mansão Bonde.

 

FONTE: www.correio24horas.com.br  
 
 

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