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Chuva acende alerta para ataque de animais peçonhentos
População pobre que vive em áreas sem saneamento é a maior vítima desses incidentes
Segunda-Feira, 22 de Maio de 2023

Com a chegada do período chuvoso em Salvador, a população precisa ficar mais atenta à maior incidência de animais peçonhentos - aqueles que possuem glândulas de veneno e que o injetam com facilidade por meio de dentes ocos, ferrões ou aguilhões, como escorpiões, cobras, lacraias  e até mesmo abelhas.  

Os acidentes por animais peçonhentos foram incluídos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na lista das doenças tropicais negligenciadas que acometem, na maioria das vezes, populações pobres: em áreas sem saneamento, ou com os serviços públicos precarizados, por exemplo.

A incidência dos escorpiões, que são os peçonhentos mais comuns, são resultados da ausência de serviços básicos do poder público e da interferência negativa da ação humana no meio ambiente da cidade. “Escorpião é o mais comum. Está muito relacionado à questão de saneamento básico e as consequências do tempo chuvosos que facilitam acúmulo de lixo, de restos de material de construção, córregos cheios, lixões, alagamentos, e até queimadas, por exemplo. Eles saem do habitat natural, e vão estes locais próximos às residências, pois encontram duas situações: um local úmido e insetos para se alimentarem, principalmente baratas”, explica Jucelino Nery do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Secretaria de Saúde do Estado da Bahi (SESAB).

Em Salvador, nunca houve morte por picada de escorpião, embora casos sejam frequentemente relatados por populares que muitas vezes não notificam. Conforme Virgínia Rocha, bióloga e técnica da Secretaria Municipal de Saúde, os distritos que eles estão mais presentes são Itapuã, Cajazeiras, São Caetano, Valéria e Pau da Lima. Já Lucrécia Lopes, sanitária e bióloga do Controle de Vetores e Animais Peçonhentos, acrescenta ainda reincidências na Estrada Velha do Aeroporto e Nova Brasília.

Os dados da Sesab apontam que, por ano, são registrados na Bahia pelo menos 20 mil casos de picada de escorpião, 4 a 5 mil casos de serpentes e em terceiro lugar bem as abelhas. Feira de Santana, Vitória da Conquista e Caetité, estão na lista das localidades com maior casos e gravidades ocasionadas por picadas do escorpião.

 “Peçonhentos entendemos como todos aqueles animais que trem inoculação, um ferrão, um veneno. As abelhas também sofrem com a queimada e em chuvas vão atrás de locais fechados”, explica.
Pode parecer pouco, devido a uma subnotificação dos casos, mas são dados que devem preocupar e que tendem a aumentar, uma vez que as cidades ainda não têm um olhar social e de saúde pública para a questão do saneamento básico, para o controle ambiental, para o desmatamento, fatores que aproximam os animais peçonhentos das pessoas e os riscos de picadas, doenças e mortes.

Segundo Jucelino Nery, os bichos mais vistos nas zonas urbanas, são escorpiões e lacraias, mas também não é atípico o aparecimento de cobras como jararacas e cobras corais – como é mais de costume em zonas rurais.  

Por causa do alto número de notificações no Brasil, esse agravo (acidentes por animais peçonhentos) foi incluído na Lista de Notificação Compulsória do Brasil, ou seja, todos os casos devem ser notificados ao Governo Federal imediatamente após a confirmação. A medida ajuda a traçar estratégias e ações para prevenir esse tipo de acidente.

Aparecimento - Já as cobras migram para os mesmos espaços atraídas pelos roedores, em sua maioria, que estão em proximidades com matagais, lixos residenciais e acúmulos de material de construção. “Elas vão atraídas por esse alimento, os roedores, que adentram também o ambiente doméstico. E claro tem a questão das enchentes, onde a população mais pobre sofre mais inundações e as serpentes são levadas pelas enchentes e acabam no interior das residências”, conta o especialista.

Ele conta em Salvador, por exemplo, não é atípico aparecimento de  Jararacas principalmente em bairros com remanescentes da Mata Atlântica. Lugares estes, vale ressaltar, que vem sofrendo a invasão de empresas, de construções e de intervenções que destrói o meio-ambiente. Bairros como Paralela, Piatã, Jaguaribe estão na lista daqueles onde os animais fogem em busca de outro habitat. “Temos acidentes mais comuns por jararaca, muitas espécies corais, estas já mais distribuídas pela Bahia”, continua.

Aranhas –  Ainda conforme Jucelino Nery, a aranha vive tanto na mata, quanto no ambiente doméstico, em busca de inseto. “Se não é feito limpeza ambiental, acaba se reproduzindo, e a reprodução é muito grande”.

 

FONTE: www.trbn.com.br  
 
 

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