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Jacaraci: cidade de 14 mil habitantes teve duas das oito mortes por dengue confirmadas na Bahia
Com salto em números de casos, Jacaraci vive epidemia causada pelo Aedes aegypti
Segunda-Feira, 04 de Março de 2024

Até o último dia 23 de fevereiro, a cidade de Jacaraci, no sudoeste baiano, que conta com cerca de 14 mil habitantes, já havia confirmado em pouco mais de um ano 231 casos de dengue. Até aquele momento, duas pessoas tinham morrido no município devido à doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti.

As vítimas foram uma criança de cinco anos, acometida pela dengue hemorrágica, e um jovem de 18 anos que foi internado no Hospital Geral de Guanambi (HGG), também na região sudoeste.

A situação na cidade era tão preocupante que a gestão municipal, naquele mesmo dia, declarou situação de emergência em saúde pública por um período de três meses, juntando-se a outras 63 cidades baianas que acenderam o sinal de alerta para o cenário epidemiológico.

Por lá, os casos de dengue começaram a chamar a atenção das autoridades em dezembro de 2023, quando 73 casos foram confirmados, após um período de três meses sem nenhum diagnóstico positivo para a doença, de acordo com dados do Ministério da Saúde. De janeiro até setembro daquele ano, não passava de dois o número de pessoas infectadas a cada mês.

Em janeiro de 2024, ainda conforme a pasta federal, 123 pessoas testaram positivo para a doença em Jacaraci após apresentarem sintomas como febre alta, dor de cabeça, erupção cutânea, náuseas e vômitos. O aumento de pacientes infectados em relação a dezembro de 2023 foi de 68,49%.

O próprio prefeito da cidade, Antônio Carlos de Abreu (PSD), foi diagnosticado com dengue hemorrágica. Com dores nas articulações, nos olhos e sensação de fraqueza, ele passou oito dias internado em um hospital de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano.

“A avaliação dos médicos, naquele momento, era muito ruim; conseguimos reverter o quadro, mas já com poucas esperanças”, relatou o gestor à rádio UP FM, de Conquista. O CORREIO entrou em contato com ele por meio da Secretaria de Administração, mas o pedido para entrevista não foi atendido.

Ainda em conversa com a emissora de rádio, Abreu disse que a preocupação maior é com os terrenos vazios. Os casos de dengue, afirmou ele, se espalham por toda a cidade. “O acometimento é no município inteirinho, de uma ponta a outra, de Itumirim a São José; todas as localidades estão acometidas”, completou.

“Acredito que o que falta é a população entender a gravidade da situação; há terrenos vazios e casas em construção pela cidade que podem servir de locais para os mosquitos. Na zona rural, por exemplo, há quem costume descartar lixo em locais inapropriados; tudo isso ajuda a aumentar os casos”, opina a dona de casa Carla Almeida, 55 anos, moradora da cidade.

O município conseguiu judicialmente a autorização para que os agentes de Controle de Endemias, Comunitários de Saúde e fiscais sanitários possam entrar em lotes vazios e residências fechadas para o monitoramento, tratamento e eliminação de possíveis focos de infestação de larvas do mosquito.

Além disso, pelas ruas de Jacaraci tem circulado o veículo conhecido como fumacê, que deixa no ar o inseticida de ultrabaixo volume (UBV) que elimina os mosquitos adultos, fase em que os insetos estão em perigo de transmissão.

Preocupação

O sudoeste baiano preocupa as autoridades sanitárias devido ao elevado número de casos de dengue e mortes em decorrência da doença. Dos oito óbitos registrados pela Sesab até a publicação desta matéria, cinco foram nessa região. Além de Jacaraci, foram notificadas mortes em Vitória da Conquista, Ibiassucê e Piripá.

Também é no sudoeste baiano onde está a maioria das cidades que decretaram situação de emergência em saúde pública. Sandra Oliveira, coordenadora de doenças de transmissão vetorial da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), confirma a preocupação da pasta com a região.

Por lá, o estado tem usado drones para monitorar locais que podem ser propícios para a proliferação do mosquito. Os equipamentos já estão sendo usados em Jacaraci.

“[...] essa macro-região de saúde nos chama a atenção pelo número de municípios que vêm apresentando uma situação de epidemia ou então de risco para uma situação de alerta. Contudo, a gente traz aqui também a importância talvez das características ambientais, como clima e vegetação, que a própria macro-região apresenta e propicia a presença do vetor”, comenta a coordenadora.

Das cidades que compõem a região sudoeste, Vitória da Conquista está à frente no ranking de número de diagnósticos positivos para a dengue. De janeiro para cá, 564 casos foram identificados no município. Até a última sexta-feira (1), 17 pessoas que testaram positivo estavam hospitalizadas no município.

“A população do mosquito Aedes aegypti tende a aumentar em climas mais quentes e úmidos, condições que favorecem a proteção de seus ovos e o desenvolvimento das larvas. Na região sudoeste da Bahia, o clima pode variar entre as cidades”, explica Hugo Silva, biólogo e especialista em Diagnóstico de Doenças Tropicais.

“[…], mas, de forma geral, durante os meses de verão, de dezembro a março, há ocorrência de chuvas simultaneamente com temperaturas que frequentemente ultrapassam os 30°C. Essa combinação pode contribuir para explicar os altos índices de infestação em cidades do sudoeste”, completa o especialista.

 

FONTE: www.correio24horas.com.br  
 
 

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