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CELEIRO DE OURO - Produção agrícola transforma cenário do Oeste da Bahia
Sexta-Feira, 15 de Março de 2024

Hoje reconhecidas pela produção de qualidade, as terras planas e férteis, aliadas à riqueza hídrica do cerrado, são a base para a transformação sofrida pelo Extremo Oeste da Bahia, em pouco mais de quatro décadas de abertura da fronteira agrícola.

Aos recursos naturais se soma o trabalho meticuloso dos empreendedores do agronegócio, que se beneficiam de pesquisas e técnicas – como agricultura de precisão, plantio direto e outros modelos sustentáveis – para alcançar bons resultados com as atividades rurais.

Com seguidas quebras de recorde, o incremento produtivo pode ser confirmado nos números consolidados pela Coordenação de Estatística da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (Coest/SEI). Com base em dados da Produção Agrícola Municipal (PAM/IBGE), as pesquisas apontam que entre 2003 e 2022 a área de soja passou de 850 mil hectares (ha) para 1,6 milhão/ha.

No período, a produção da leguminosa saltou de 1,5 milhão de toneladas (ton) para 6 milhões de toneladas, e o Valor Bruto da Produção (VBP) passou de R$ 948.432 para R$ 18 milhões. Segunda cultura em área na região, o algodão passou de 63.987 ha em 2003 para 293.219 ha em 2022, produzindo, respectivamente, 240.114 toneladas e 1.335.733 toneladas. O VBP passou de R$ 340.203 em 2003 para R$ 7,2 milhões em 2022.

Municípios mais ricos

Neste contexto, o município de São Desidério está entre os cinco mais ricos do Brasil no setor do agronegócio, conforme análise sobre a pesquisa anual do IBGE da Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgada no ano passado, em que foi avaliada a área colhida, produção, rendimento e valor da produção.

A Bahia tem sete municípios na lista dos 100 mais ricos do País e desponta também com Barreiras, Correntina, Formosa do Rio Preto, Jaborandi, Luís Eduardo Magalhães e Riachão das Neves. Os dados analisados são de 2022, pois a avaliação sobre 2023 ainda deve ser lançada nos próximos meses.

“O Oeste baiano exerce uma importância muito grande para o Estado, seja no aspecto econômico, seja do ponto de vista social, por ser ele o maior celeiro produtivo de grãos, fibra e frutas”, afirmou a vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Carminha Missio.

Produtora rural radicada em Luís Eduardo, ela salientou que a região é também “celeiro de oportunidades”, pois a atividade agrícola é a principal responsável pela criação de empregos diretos e indiretos e também por movimentar o comércio. “Isso se deve à vocação agrícola da região, que dispõe dos principais insumos para atividade: terras férteis e disponibilidade hídrica”, ponderou.

Mas Carminha ressalta que nem sempre foi assim. “Para que essas terras se tornassem produtivas, foi necessário um trabalho intenso dos agricultores que aqui chegaram”, afirmou, destacando que a infraestrutura era muito precária, mas que os produtores acreditaram no potencial da região e se organizaram em entidades fortes.

De acordo com a líder da classe, os investimentos em pesquisas e a cooperação entre os agropecuaristas “foi fundamental para chegarmos aos números que atingimos em produção e produtividade”.

Entre os agrupamentos mais conhecidos estão a Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a Associação dos Produtores de Algodão da Bahia (Abapa) e os Sindicatos dos Produtores Rurais de Barreiras e LEM.

Outro fator apontado como relevante para a região alcançar os resultados obtidos nas lavouras e agroindústrias são os cursos de qualificação e capacitação, dirigidos aos profissionais das diferentes etapas da produção, de acordo com a presidente do Sindicato dos Produtores Rurais (SPRLEM), Greice Kelli Fontana Klein.

“Os cursos técnicos do Senar desenvolvem a formação profissional rural e as atividades de promoção social voltadas para as produtoras e produtores rurais, assim como seus colaboradores, desenvolvendo ações que incentivam a permanência dos cidadãos no campo, para que conquistem melhor qualidade de vida e agreguem valores a sua produção”, afirmou. Ela ressaltou que o SPRLEM oferece, por ano, uma média de 260 cursos, capacitando aproximadamente quatro mil pessoas no município.


Novos investidores

A pujança regional continua a conquistar novos investidores e motivar empreendedores já radicados no Oeste a ampliar a atuação. O que atrai e inspira esses projetos, de acordo com a empresária Katerine Rios, é o tripé “terra, água e matéria-prima”. “Somos uma região próspera. Só em 2023 trouxemos mais de 100 comitivas para conhecer e vivenciar na prática o que acontece por aqui”, relata.

Testemunha desta movimentação, ela é Chief Operation Officer (COO) do Instituto Washington Pimentel (IWP), e destaca que esses visitantes e potenciais investidores ficam encantados com a organização familiar das fazendas, o uso de tecnologia de ponta e a produção sustentável com preservação ambiental e respeito social. Além de atrair investidores, o instituto oferece cursos aos empresários rurais para profissionalizar a gestão no campo.


Luís Eduardo Magalhães completa 23 anos com aumento populacional de quase 80%

Com os resultados nos campos, as mudanças regionais extrapolam os limites das fazendas, que estão cada vez mais automatizadas e com equipes qualificadas. Novos municípios surgiram desde o início da produção em larga escala no cerrado baiano, como Luís Eduardo Magalhães, que este mês completa 23 anos e registrou um aumento populacional entre 2010 e 2022 de 79,5%, passando de 47.804 para 107.909 habitantes, conforme o Censo do IBGE.

Situada na divisa com Tocantins, a cidade concentra as principais revendedoras de maquinários, implementos e insumos agrícolas, com comércio fortemente ligado ao agronegócio. É uma referência na fronteira agrícola conhecida como Matopiba, que engloba terras de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Luís Eduardo Magalhães foi emancipada de Barreiras, que é a cidade pólo regional e registrou crescimento de 16,24% no período, somando 159.743 habitantes, consolidada como referência para assuntos de saúde, educação, comércio em geral e serviços.

Neste contexto, Barreiras e Luís Eduardo são as cidades da região Oeste que despontaram no Estado entre os municípios com maior geração de vagas de trabalho no ano passado.

Na quarta colocação, atrás de Salvador, Lauro de Freitas e Feira de Santana, LEM teve um saldo positivo de 2.414 postos. No sétimo lugar, Barreiras registrou saldo de 1.720 vagas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.


 


 

 

FONTE: atarde.com.br  
 
 

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