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Tabagismo é a causa de 80% dos óbitos por câncer de pulmão, aponta entidade
Doença se configura como uma das principais preocupações em saúde pública do mundo
Quinta-Feira, 16 de Maio de 2024

Um levantamento realizado pela Fundação do Câncer aponta que o tabagismo no Brasil está relacionado com 85% dos óbitos por câncer de pulmão entre homens e quase 80% entre as mulheres. Além disso, a instituição destaca que a doença consome cerca de R$ 9 bilhões anualmente, entre custos diretos com tratamento, perda de produtividade e cuidados com os pacientes - enquanto isso, a indústria do tabaco, por meio de impostos, cobre apenas 10% dos custos relacionados às doenças associadas ao consumo do produto no País.

Segundo o diretor executivo da Fundação do Câncer e cirurgião oncológico, Luiz Augusto Maltoni, o câncer de pulmão se configura como uma das principais preocupações em saúde pública do mundo. Isso porque é uma doença silenciosa, que geralmente não provoca sintomas em seus estágios iniciais, o que colabora para que seja descoberta apenas em fases mais avançadas. Ao mesmo tempo, ele ressalta que "os métodos de triagem disponíveis, como a tomografia computadorizada de baixa dose para grupos de fumantes e ex-fumantes com histórico de tabagismo elevado, não são acessíveis à toda população".

Para 2024, projeções do Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apontam 14 mil casos novos em mulheres e 18 mil em homens. Enquanto isso, dados globais da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) indicam um possível aumento de mais de 65% na incidência da doença e de 74% na mortalidade até 2040, se o padrão atual de comportamento em relação ao tabagismo persistir.

O consultor médico da Fundação do Câncer, Alfredo Scaff, destaca que, apesar da previsão legal de que pacientes diagnosticados com câncer de pulmão recebam tratamento dentro de 60 dias, isso nem sempre é uma realidade no Brasil. Para ele, isso evidencia a necessidade de aprimorar as estratégias de controle do tabagismo, bem como a eficiência no tratamento dos pacientes com esse tipo de tumor. "Se nada for feito, a doença avança, os custos de tratamento aumentam, os pacientes enfrentam mais dificuldades e as chances de óbito sobem", comenta o epidemiologista.

 

FONTE: www.correio24horas.com.br  
 
 

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