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Cidades mais analfabetas da Bahia são da mesma região; veja ranking
Bahia segue na liderança como o estado com maior número de pessoas analfabetas do Brasil em números absolutos. O posto é ocupado há cerca de 31 anos
Segunda-Feira, 03 de Junho de 2024

O levantamento do Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 17 de maio de 2024, indicou que a Bahia segue na liderança como o estado com maior número de pessoas analfabetas do Brasil em números absolutos. O posto é ocupado há cerca de 31 anos.


O iBahia teve acesso ao balanço, que indica quais são as cidades mais analfabetas, com dados coletados a partir do número de pessoas com 15 anos ou mais de idade. Segundo a lista, uma em cada dez pessoas nessa faixa etária não sabem ler ou escrever.


Os dados são registrados em todos os 417 municípios, chegando a 1.420.947 pessoas. As cidades que lideram esse ranking são Pedro Alexandre, Coronel João Sá e Ribeira do Amparo. O que chama atenção é que as três são da mesma região no estado: o nordeste baiano.


A título de comparação, enquanto Salvador tem 3,45% da população analfabeta, o que representa 69.481 soteropolitanos, Pedro Alexandre, que ocupa o primeiro lugar da lista, tem 31,9% de habitantes que não sabem ler ou escrever. No Brasil, ela chega a ocupar a 19ª maior proporção entre todos os municípios.

Segundo informações de Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do IBGE, ter essas cidades em um ranking destaca a localização e a desassistência histórica da região semiárida.

"A gente tem outra questão aqui na Bahia. A gente tem os três municípios com maiores taxas de analfabetismo, que são Pedro Alexandre, Coronel João Sá e Ribeira do Amparo, que ficam em áreas muito difíceis do estado. São municípios pequenos que ficam em áreas de semiárido, no nordeste do estado. Os três estão perto ali um do outro, uma área, obviamente, que enfrenta, historicamente, uma desassistência, problemas sérios em termos de produção econômica, de dinamismo econômico, com problemas climáticos, com problemas de secas, enfim, são municípios que têm aí os seus desafios como municípios mesmo. E isso se reflete nessa questão de também não conseguir dar conta de vencer o analfabetismo de forma mais eficiente ou de forma rápida."

A especialista avalia ainda o impacto que a localização geológica impacta no desenvolvimento das cidades. Ela exemplifica citando os municípios da Região Metropolitana de Salvador.

"Quando a gente olha os municípios com menores taxas de analfabetismo no estado, a maior parte deles, são municípios da Região Metropolitana, municípios maiores, municípios mais próximos de Salvador. Salvador tem a menor taxa de analfabetismo do país, Lauro de Freitas, Madre de Deus, então 8 dos 10 municípios com menores taxas estão na Região Metropolitana. A gente tem outros municípios também, como Luís Eduardo Magalhães e Feira de Santana. A gente tem essas duas oposições. Cidades pequenas no semiárido, enfrentando muitos outros problemas econômicos, de desenvolvimento climático e não dando conta de atacar o analfabetismo como deveriam, como se espera. E, por outro lado, uma situação muito melhor, cidades maiores com redes escolares mais estabilizadas, mais estabelecidas, com um histórico de acesso à educação melhor, mais amplo do que a maior parte das cidades."


Reação da taxa de analfabetismo na Bahia


Por outro lado, a Bahia teve uma redução de 18% entre 2010 e 2022, segundo os dados do Censo. A taxa de analfabetismo diminuiu em todas as idades, com destaque para as pessoas de 65 anos ou mais. A Bahia também é o estado com o menor índice de analfabetismo da região Nordeste. Com os resultados, a Bahia tem a menor taxa de analfabetos do Nordeste. No entanto, é necessário fazer mais para sair do topo do ranking.

"Comparativamente a outros estados, a Bahia reduz, mas ela não reduz numa intensidade tão importante, tão forte quanto outros estados, e por isso que ela se mantém no ranking. Você tem estados que vão melhorando num ritmo melhor, num ritmo maior, e isso é o que faz com que a Bahia continue assim. A queda no número de pessoas não alfabetizadas entre 2010 e 2022 na Bahia foi de menos de 17,8%. Então, esse grupo se reduziu em 17,8%, mas foi só a décima quinta entre 27 estados, né? A gente tem estados do Sul, do Sudeste, com quedas muito mais importantes no número de pessoas analfabetas e estados que já tinham um número menor do que a Bahia", detalhou Mariana, que destaca ainda o peso desses dados numéricos.

"Quer dizer, a Bahia é um estado populoso, é o quarto estado do país em termos de população e tem muito mais pessoas analfabetas do que outros estados. Ela melhora, ela tem uma queda, a cada censo ela mostra essa queda, essa queda percebida, tem uma queda progressiva. Só que para a Bahia deixar esse topo do ranking, ela precisaria ter uma queda muito expressiva, que ela não vem tendo, principalmente em relação aos demais estados. Então, é isso que acontece e que mostra essa permanência do Estado entre os líderes dessa situação de analfabetismo, que é uma situação extremamente preocupante e difícil", finaliza.

 

FONTE: www.ibahia.com  
 
 

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