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De camelô a gigante da TV brasileira: Veja trajetória de Silvio Santos
Sábado, 17 de Agosto de 2024

O empresário e apresentador Silvio Santos faleceu neste sábado, 17, aos 93 anos, em São Paulo. A informação foi confirmada pelo SBT, emissora que ele fundou e dirigiu por décadas. Silvio estava internado em um hospital particular na capital paulista.

Uma vida de superação

Nascido como Senor Abravanel em 12 de dezembro de 1930, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro,

Ainda na adolescência, Silvio começou a trabalhar como camelô nas ruas do Rio de Janeiro. Em 1946, aproveitando as eleições, ele teve a ideia de vender capas para título de eleitor e canetas. Mesmo com o trabalho nas ruas, ele seguiu estudando e se formou em contabilidade. Mas foi na comunicação que ele encontrou seu verdadeiro talento, chamando a atenção dos clientes com truques de moedas e baralhos.

Seu primeiro contato com o mundo da comunicação veio de forma inusitada. Um diretor de fiscalização da prefeitura do Rio de Janeiro, impressionado com sua habilidade de comunicação, sugeriu que Silvio fizesse um teste para trabalhar em rádio. Embora tenha passado no teste em 1946, ele decidiu não seguir a carreira de locutor devido ao baixo salário, retornando ao trabalho de camelô.

Após servir na Escola de Paraquedistas do Exército aos 18 anos, Silvio voltou ao rádio, trabalhando em uma emissora de Niterói durante suas folgas. Foi durante as viagens de barca entre Rio de Janeiro e Niterói que Silvio teve a ideia de instalar um sistema de som para entreter os passageiros com música e anúncios, um projeto que acabou se tornando lucrativo e o levou a abandonar o emprego de locutor para se tornar corretor de anúncios.

Ascensão na televisão

Em 1950, após uma visita a São Paulo, Silvio decidiu se mudar para a cidade e fez um teste para locutor em uma rádio local, sendo aprovado. Quatro anos depois, ele assinou contrato com a Rádio Nacional e começou a se destacar como animador de shows em circos. Sua carreira deu um salto quando Manoel de Nóbrega o convidou para trabalhar em um programa de rádio, marcando o início de sua associação com o Baú da Felicidade, que Silvio transformou em um império.

Sua entrada na televisão aconteceu em 1961 com o programa "Vamos Brincar de Forca" na TV Paulista, onde comprou duas horas da programação dominical para vender os carnês do Baú. O programa evoluiu para o icônico "Programa Silvio Santos", que mais tarde também passou a ser transmitido pela TV Tupi.

A popularidade de Silvio cresceu, e em 1975 ele obteve a concessão de um canal de TV no Rio de Janeiro, que seria o embrião do SBT. Em 1976, ele lançou a TVS e, cinco anos depois, conseguiu a concessão de outras quatro emissoras, fundando o Sistema Brasileiro de Televisão.

Polêmicas e legado

Apesar de sua popularidade e sucesso, a carreira de Silvio Santos não foi isenta de controvérsias. Em 1989, ele chegou a se candidatar à Presidência da República, mas sua candidatura foi indeferida antes do pleito. Ele também foi alvo de críticas por suas declarações e comportamentos em seu programa de auditório, como em 2019, quando fez uma piada sobre Adolf Hitler que foi condenada pela Federação Israelita do Estado de São Paulo.

Além disso, em 2022, Silvio foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil a uma criança que participou de uma competição em seu programa, durante a qual ele fez uma pergunta considerada inapropriada.

Momentos difíceis

Em agosto de 2001, a família de Silvio passou por momentos de tensão quando sua filha Patrícia Abravanel foi sequestrada e mantida em cativeiro por sete dias. O caso ganhou grande repercussão, especialmente quando o sequestrador invadiu a casa de Silvio e o fez refém por sete horas, antes de ser preso.

O adeus

Nos últimos anos, Silvio Santos se afastou gradualmente da televisão, deixando o comando do "Programa Silvio Santos" para sua filha Patrícia Abravanel. Mesmo assim, ele continuou a ser uma figura querida e respeitada pelo público brasileiro, deixando um legado inegável na história da televisão.

Silvio Santos deixa a viúva Íris Abravanel, com quem era casado desde 1978, e suas filhas Daniela, Patrícia, Rebeca, Renata, Cíntia e Silvia. Seu nome permanecerá marcado na memória do Brasil, como um dos maiores ícones da comunicação do país.

 

FONTE: atarde.com.br  
 
 

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