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MAIS DE 400 TRABALHADORES BAIANOS FORAM AFASTADOS DAS ATIVIDADES POR CAUSA DA DENGUE EM 2024
Terça-Feira, 20 de Agosto de 2024

Foi só quando não conseguia mais se concentrar no trabalho, com as dores causadas pela dengue, que o trabalhador da área de suporte de tecnologia da informação, Alisson Matias, de 24 anos, decidiu ir para a emergência. Após a ida ao hospital, o jovem ficou cinco dias afastado das atividades laborais. De janeiro a maio deste ano, 442 baianos passaram por afastamento do trabalho em decorrência da doença, com maior ocorrência de casos no mês de abril, segundo levantamento da VR, empresa voltada para o ramo de soluções em benefícios trabalhistas, com ferramentas de ponto, vale transporte e vale refeição.

“Até eu entender que não era um simples resfriado, eu estava indo ao trabalho. O nível de mal-estar aumentou, foi quando eu comecei a ter episódios de febre, que realmente me deixavam mais debilitado, até ir à emergência”, relata Alisson. O jovem conta que precisou ficar acamado durante os cinco dias do atestado. Nem mesmo de casa, a execução do trabalho seria possível, dada intensidade dos sintomas. “Fiquei acamado durante boa parte dos dias, não aguentava sequer ficar sentado, usando o computador em casa para resolver minhas pendências, que logo ficava muito desconfortável e voltava a dormir. As dores de cabeça duraram por dias também”, CONTA.

De acordo com o médico infectologista Roberto Badaró, o trabalhador deve ser afastado das atividades assim que identificada a presença da febre e das dores no corpo. “Quando a pessoa é picada pelo mosquito, o primeiro sintoma que aparece, após um período de encubação, que pode levar de três a sete dias, é uma febre alta, que não cede, muitas vezes, com antitérmicos comuns. Outra característica são as fortes dores no corpo. Quando o trabalhador apresenta a febre alta e as dores no corpo, em geral, necessita ficar em média sete dias em casa”, explica.

O mal-estar e as dores sentidos por Alisson também foram compartilhados por colegas de profissão. Cerca de 5% dos 442 baianos afastados da doença trabalham na área de consultorias, que engloba profissionais de RH, TI, contabilidade e jurídicos. A maioria dos casos, no entanto, é de trabalhadores da construção, com 30% dos registros, de bares restaurantes e turismo, 12%, e varejistas, acumulando 10%.

“Trabalhadores da construção civil estão mais próximos de locais com uma maior possibilidade de encontro de água parada, onde se pode encontrar os focos do mosquito. Pessoas que trabalham com turismo, eventualmente, estão circulando mais pela cidade, passando por áreas com maior incidência”, comenta a médica infectologista Clarissa Cerqueira.A jornalista Larissa Bispo, de 27 anos, assim como Alisson, também continuou trabalhando nos primeiros dias em que os sintomas apareceram. “Cheguei a trabalhar os dois primeiros dias, acreditando ser algum mal-estar, até que comecei a ter febre alta”, lembra. Na primeira ida ao hospital, ela conta que recebeu um atestado de dois dias e voltou para casa para repouso e medicação indicada pelo médico.

“No terceiro dia tomando a medicação, não apresentava melhoras, pelo contrário, tive mais febre e muito mais dores, e assim, voltei ao hospital. Fizeram os exames de sangue e identificaram que eu estava com a dengue tipo 2”, afirma. Os dois atestados de Larissa somaram sete dias de afastamento, o tempo médio necessário para que o corpo consiga se recuperar dos efeitos do vírus.

 

FONTE: bahiaeconomica.com.br  
 
 

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