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GUANAMBI/BAHIA - Quarta-Feira, 15 de Outubro de 2025
 
 
 
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Quase 40% dos lares baianos enfrentam fome, aponta IBGE
Mulheres e crianças são as mais afetadas, segundo dados do órgão
Quarta-Feira, 15 de Outubro de 2025

A insegurança alimentar segue como um desafio importante na Bahia, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) , divulgados na última sexta-feira, 10.

Apesar de o Brasil ter registrado uma queda na proporção de domicílios com algum grau de insegurança alimentar, de 27,6% em 2023 para 24,2% em 2024, o estado baiano ainda enfrenta índices elevados em comparação com outros estados.

Mariana Viveiros, Supervisora ​​de Divulgação de Informações do IBGE na Bahia, destacou que quase 4 em cada 10 domicílios não apresentam algum grau de insegurança alimentar, totalizando cerca de 2,1 milhões de lares.


“É claro que metade desses domicílios estão na insegurança leve, mas ainda assim é algo preocupante, algo que precisa ser distribuído, porque significa que as pessoas ali em preocupação permanente com a quantidade de comida, se a quantidade de comida vai dar para suprir as necessidades das famílias”, explicou ela.

“E, embora esse número, a proporção e o número de domicílios em algum grau de insegurança alimentar venha caindo, está aí no seu menor patamar em 20 anos, ainda é uma quantidade importante de domicílios”, complementou a supervisora.

Mariana ressaltou ainda a gravidade da situação na Bahia, que, apesar de ter uma quarta maior população do país, ocupa o segundo lugar em número absoluto de pessoas que vivem em domicílios com algum grau de insegurança alimentar.


"A Bahia, que tem a quarta maior população, ela tem o segundo maior número de pessoas que vivem em domicílios em que há algum grau de insegurança alimentar, inclusive acho que vive nos 304 mil domicílios, que são mais ou menos 5% dos domicílios baianos em que há insegurança alimentar grave. Ou seja, faltou comida para as pessoas que moram ali, inclusive as crianças, depois de ter fome", afirmou.

Bahia avança pouco
Apesar dos esforços de políticas públicas e programas de combate à fome, a Bahia não conseguiu acompanhar o ritmo de melhoria de outros estados brasileiros no enfrentamento à insegurança alimentar.

"Os programas de combate à insegurança alimentar têm se mostrado eficientes, num certo sentido, rápido o número de domicílios em insegurança alimentar, mas ainda existe um grande desafio a ser enfrentado. E na Bahia, ela melhorou, mas ela não melhorou no ritmo que outros estados melhoraram", apontou Viveiros.


Perfil das famílias
A insegurança alimentar na Bahia evidencia a concentração do problema entre os grupos mais vulneráveis ​​da população. Conforme a supervisão, o perfil das famílias mais afetadas revela um recorte social marcado por desigualdade.

“A gente sabe que, de uma forma geral, pelos dados do Brasil como um todo, a maior parte desses domicílios é chefiado por mulheres, por pessoas pardas, e predominam lá chefes de baixa escolaridade, de baixa instrução, ou seja, são pessoas que vivem, de fato, com um alto grau de vulnerabilidade socioeconômica e isso se reflete na questão da insegurança alimentar”, afirmou.

Cenário nacional e regional
No Brasil, a insegurança alimentar em algum grau de atingia quase 19 milhões de domicílios em 2024, uma queda de 2,2 milhões em relação a 2023. O Nordeste, região onde a Bahia está inserida, continua sendo uma das mais afetadas, com 34,8% dos domicílios com insegurança alimentar, atrás apenas do Norte, com 37,7%.


Nas áreas rurais, a insegurança alimentar é ainda mais pronunciada, atingindo 31,3% dos domicílios, enquanto nas áreas urbanas esse índice é de 23,2%. A Bahia, com grande parte de sua população vivendo em áreas urbanas e rurais, reflete essa diferença.

Uma pesquisa do IBGE destaca que a grave insegurança alimentar é caracterizada pela falta de alimentos também para crianças, afetando 3,2% dos domicílios no país, um número que representa cerca de 2,5 milhões de famílias.

Desigualdades sociais e econômicas
A condição de insegurança alimentar está fortemente relacionada a fatores socioeconômicos. Os dados indicam que 66,1% dos domicílios com renda per capita de até um salário mínimo vivem em insegurança alimentar, sendo que 71,9% destes estão em níveis moderados ou graves.


Além disso, a maioria dos domicílios em insegurança alimentar tem responsáveis ​​​​​​mulheres (59,9%) e pessoas de corpo pardo (54,7%). No caso da insegurança alimentar grave, a proporção sobe para 56,9% de domicílios com chefes pardos, mais que o dobro dos chefes brancos (24,4%).

A escolaridade dos responsáveis ​​também é um fator determinante. “A parcela de domicílios em insegurança alimentar grave em que os responsáveis ​​​​tiveram até o ensino fundamental completo foi de 65,7%”, destaca a pesquisa, evidenciando a relação entre vulnerabilidade educacional e alimentar.

 

FONTE: atarde.com.br  
 
 

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